Desapegue-se
Tudo que você se recusa a soltar, você carrega.
E tudo que você carrega pesa.
E tudo que pesa, define o quão lento você vai andar.
A maioria das pessoas não está cansada da vida. Mas sim das bagagens que ela carrega. Seja elas objetivos passados, relações fantasmas, objetos que não tem mais nenhum valor mas ela insiste em guardar ou versões antigas de si mesmas. Elas estão obcecadas em coisas que já não fazem mais sentido. Você já desejou tanto uma coisa que esse simples ato de desejar começou a te machucar? Quando você se apega demais a algo você cria uma corrente de falta, e essa falta gera mais falta. Assim criando um ciclo bizarro onde o desejo vira ansiedade e a ansiedade vira estagnação.
Agora entra a arte do desapego. Desapego é um movimento ativo de libertação, como eu disse antes quando nos recusamos a soltar o que já não nos serve, criamos uma obsessão que alimenta a falta, e a falta, por sua própria natureza atrai mais situações que perpetuam o ciclo do desejo insatisfeito. Como dizia o poeta Rumi: “Você precisa desistir continuamente de si mesmo para se tornar livre. É assim que a luz entra em você.”
Agora vamos para uma parte mais prática, vamos falar de coisas cruciais que você precisa desapegar para só então ganhar tudo.
Ilusão de valor.
Por que é tão difícil deixar certas coisas irem embora?
Porque você atribuiu valor demais a elas. E não, nem sempre é valor presente. Pode ser:
Memórias, promessas, momentos que já foram mágicos, mas agora só vivem na sua cabeça.
Ilusão de que aquilo ainda vai dar certo. Spoiler: nem tudo precisa durar pra sempre. Nem tudo foi feito pra te acompanhar até o fim.
Ambas são formas de medo disfarçadas. O passado nos aprisiona na nostalgia, e o futuro, na ansiedade. Há ainda o temor do desperdício: “Já investi tanto, seria loucura abandonar.” Mas qual é o custo de carregar peso morto? Cada objeto, cada promessa não cumprida, cada relação esvaziada consome energia que poderia alimentar o novo.
O controle te deixa fraco.
Quanto mais você tenta controlar, mais você revela sua insegurança diante da vida. Desapegar do controle é abraçar o caos com elegância.
É entender que não saber também é parte do processo.
Desapegar do controle é abraçar a confiança em si mesmo, na sua capacidade de se adaptar, de aprender e de recomeçar.
A necessidade de controlar resultados, pessoas ou circunstâncias é uma forma de resistência à vida. Acreditamos que, ao dominar o externo, garantiremos segurança. Mas o controle excessivo nos torna rígidos, e o que é rígido quebra diante do imprevisível. O que aconteceria se você confiasse mais no fluxo natural das coisas?
Pessoas também tem data de validade.
Talvez eu tenha pegado um pouco pesado nessa frase, ela pode ser dolorosa de ler, mas é a verdade. Algumas conexões vencem. Elas foram lindas, necessárias e intensas em outra época. Mas hoje são apenas memórias disfarçadas de obrigações emocionais.
Abandonar um vínculo não é ingratidão. É respeito, respeito pelo ciclo, respeito por você, respeito pela liberdade de ambos. É reconhecer que o amor verdadeiro não aprisiona. Às vezes, o maior gesto de carinho é soltar a mão e dizer: “Nosso caminho termina aqui, e está tudo bem.”
Vai doer. Mas o que dói mais são as correntes invisíveis que te prendem a relações que já morreram. Você só ainda não mandou enterrar.
O passado não é sua casa.
O passado tem um vício: ele gosta de se fazer presente. Mas se você não deixar que partes do seu “eu antigo” morram, não há espaço pro novo nascer.
Libertar-se do passado não é apagar memórias, mas recusar-se a viver nelas. É permitir que o que foi vivido seja um alicerce, não uma cela. Para que algo novo nasça, parte do que fomos precisa “morrer” e isso inclui identidades, orgulhos e até dores que nos definiram por anos. Você pode agradecer ao ontem sem levá-lo na mochila. O que era tijolo, virou fundação. Não precisa continuar empilhando.
(Provavelmente irá sair uma news falando mais sobre o passado. Aguarde.)
Faça tudo, mas não se apegue a nada.
Você já ouviu conselhos contraditórios? “Lute com todas as suas forças” versus “Desapegue e confie”. Ambos estão certos. Mas o segredo tá no meio disso tudo. Intenção é saber o que quer e agir. Importância é dar tanto peso àquilo que você se congela de ansiedade.
Você já sabe o que tem que fazer. Só precisa fazer.
Você vai à academia, se alimenta bem, dorme direito. O resultado vem. Sem desespero, a parte mágica acontece quando você para de correr em círculos mentais e simplesmente faz o que tem que ser feito. Quando damos importância excessiva, paralisamos. A mente fica tão ocupada ruminando o futuro que sabotamos o presente. Já a intenção genuína é leve: você faz o necessário, sabendo que o resultado virá naturalmente.
Conclusão
Desapegar não é sobre perder, mas sobre escolher-se. É entender que a vida é feita de ciclos, e que segurar o que já terminou é impedir que o novo encontre espaço para brotar.
Lembre-se: o desapego não é um destino, mas uma prática diária. Precisamos confiar que, ao liberar o velho, criamos espaço para uma vida mais alinhada com quem somos agora.
Comece pequeno. Jogue fora uma expectativa, um plano antigo, um contato que só traz peso. E veja como tudo começa, ironicamente, a se encaixar.
Chegamos ao fim de mais uma pequena reflexão. Compartilhe com alguém que possa se interessar. E considere se inscrever para não perder nenhuma nova publicação.
Queria ter feito um texto maior mas ainda estou com bloqueio criativo. De qualquer forma não queria ficar mais uma semana sem postar.
Agradeço a todos que leram até o final♥
Abraços, Leoni
eu sinto que te conheço a tanto tempo que você já sabe o que eu preciso ler so de existir
Oie meu querido, desculpe- não conseguir-te apreciar antes. Consegui ler agora. Uma reflexão agridoce, podemos dizer? Começo a minha leitura já sabendo que o pior estar por vir — No sentido de maior elogio possível, ok? —
"Pessoas tem data de validade." Reconhecer isso é se dar o valor do respeito do que já se foi. É entender que não devemos nos aprisionar no passado por mais que ele pareça tudo que já temos ou tivemos. "Seu passado não reconstrói seu futuro." Ouch, que nosso presente seja o ladrilhar para o futuro e não uma pegada de retrocesso, parabéns querido 🌼